A hegemonia da mulher negra na
literatura afro resulta na integração de um contexto histórico social atribuído
às mulheres brancas e negras. Na esfera da marginalização social do século
XIX, a mulher negra conseguia sua carta de alforria, porém, continuava escrava
de uma sociedade racista, pois vivia em um contexto social criado por homens
brancos e para homens brancos, se a mulher branca era escrava de uma sociedade
machista, a negra nem esse direito possuía, era simplesmente uma negra
alforriada, ela acabava sendo discriminada por ser mulher e também negra.
Historicamente a mulher negra não luta ao lado da mulher branca pelos seus
direitos ao mesmo tempo, enquanto a branca luta pela libertação de uma
sociedade machista, a negra vive e luta para se libertar do julgo da escravidão
imposta aos negros e para se reerguerem ou sobreviverem sozinhas em uma
sociedade injusta.
“O que a mulher negra busca tem ultrapassado as necessidades das mulheres brancas
e não acontecem no mesmo plano temporal”. O estereótipo da mulher negra na
sociedade e dentro dos textos literários escritos por autores homens, era visto
da seguinte maneira: mulher branca feita para casar e ter filhos, a mulher
negra para trabalhar nos afazeres domésticos, e a mulata era tido como símbolo
sexual, usadas pelos homens casados e solteiros para a fornicação.
Os textos e os autores literários do século XIX visavam acompanhar os modelos
europeus, na qual desprestigiava as atuações das diversas etnias, ficando
restrito a alguns estereótipos hierarquizadas na divisão de classes.
Entretanto diante dos fatos podemos constatar que a literatura afro feminina
passou realmente ser afro a partir do momento que escritoras negras como a
Maria Firmino Reis coloca-se na contramão do discurso época, e escreve primeiro
romance dela “Úrsula”, onde os personagens negros são sujeitos dentro da
narrativa.
“Por sua atuação cultural, intelectual e literária, Maria Firmino colocou-se na
contramão do discurso dominante da época, merecendo destaque em sua narrativa
abolicionista.
Por: Erveris Carlos e Sheila Coelho
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