Embora o homem tivesse o seu
espaço reconhecido na literatura – os trovadores, os românticos, os realistas, os simbolistas,
e mais os e os da vida –
nem sempre, na realidade, a arte foi feita pelo gênero masculino. O exemplo
disso: o primeiro romance publicado do mundo inteiro foi escrito por uma
mulher, Murasaki Shibiku, uma japonesa, escreveu o livro “A História de Genji”,
contando a história de um príncipe em busca do amor e da sabedoria. O livro foi
escrito no ano 1007. Partindo desse ponto, as mulheres, que eram educadas a
ficar em casa, tinham muito mais tempo de aprender e apreciar a literatura, bem
como fazê-la. Mulheres nunca se limitaram a ser apenas a “dona de casa”, essa
era a imposição social que as algemavam diante do meio, mas muitas ultrapassavam
essas barreiras, assim como ainda o fazem.
Outra mulher marcante na
literatura foi Jane Austin, que viveu o fim do século de XVIII e o início do
século XIX. Nessa época ainda não havia correntes feministas como há nos dias
de hoje. As mulheres não questionavam os valores da educação que recebiam publicamente
– embora muitas delas quisessem fazê-lo. Jane Austin, sem se declarar militante
ou algo do tipo, incutiu em seus livros ideais de liberdade para as mulheres,
suas personagens sempre se mostravam como mulheres cultas e determinadas, que
procuravam não deixar que o machismo imperante domasse sua liberdade. Podemos
dizer que o exemplo mais famoso disso é sua personagem Elizabeth Bennet – que
é, por sinal, a personagem que J. K. Rowling gostaria de ser, como afirmou em
entrevista para o The New York Times.
Avançando um pouco no século
XX, sabemos que na década de 60 há intensificação de movimentos feministas, as
mulheres começam a se organizar e definir qual é o seu papel na sociedade. As
mulheres que conhecemos hoje, independentes, seguras e livres são resultado
dessas outras, que no último século lutaram para que todas pudessem se
emancipar.
(imagem: http://www.google.com.br/)
Em 21 de abril de 1930, Hilda
Hist – poeta, ficcionista, cronista e dramaturga, é considerada pela crítica
como uma das maiores escritores em língua portuguesa do século XX. Clarice
Lispector, pertencente ao movimento modernista de 45, é ainda
hoje considerada um dos grandes nomes da prosa brasileira. Rachel de
Queiroz tornou-se, em 1977, a primeira mulher a ser eleita para a Academia
Brasileira de Letras. Pela Global Editora, tem publicada a seguinte obra: Melhores Crônicas Rachel de Queiroz, com seleção e
prefácio de Heloisa Buarque de Holanda. Ana Maria Machado é, desde 2003, a
cadeira número um da Academia Brasileira de Letras, na qual desenvolve intensa
atividade na divulgação dos livros e da literatura. Ela iniciou sua carreira
como pintora e, hoje, possui mais de cem livros publicados no Brasil e em mais
de dezessete países, somando mais de 18 milhões de exemplares vendidos.
Voltemos um pouco para 1997,
quando J. K. Rowling lança Harry Potter e a Pedra Filosofal. Uma mãe solteira e
desempregada se torna a primeira pessoa bilionária vendendo livros. Além de ter
influenciado toda uma geração de leitores, abrindo portas para escritoras de
todos os lugares do mundo. Depois dela, que enfrentou preconceito por escrever
literatura fantástica sendo mulher, abriu-se espaço para várias outras mulheres
se arriscarem em diversos gêneros. Stephenie Meyer, Suzanne Collins, Gillian Flynn, Veronica Roth,
Cassandra Clare, Cornelia Funk, Cressida Cowell.
Fonte:
http://www.scielo.com/
http://www.cabineliteraria.com.br/